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MEU FILHO ESTÁ SEMPRE DOENTE (autora: Dra. Flávia Kibrit)

Entender o funcionamento do sistema imunológico da criança é tema de muita preocupação para os pais.

A frase trazida pelos pais, que marcam muitas consultas pediátricas é:

"...Só este ano já nem sabemos quantas vezes meu filho ficou doente..."

Muitos pais se surpreendem quando recebem a seguinte informação do pediatra: em uma determinada faixa etária, é aceitável 8 a 12 episódios de infecções virais por ano. Elas ocorrem distribuídas ao longo do ano ou concentradas nos meses de maior incidências de quadros virais respiratórios.

Algumas crianças podem ter uma imunoimaturidade, o que justificaria a recorrência das infeções , sendo esta condição  resolvida com o passar dos anos.

De forma equivocada as crianças que adoecem com esta frequência, podem ser rotuladas como pacientes possuidores de um sistema imunológico deficiente.

Diante disso, vem a preocupação do pediatra em informar alguns sinais de alerta para imunodeficiências, ou seja, sinais que realmente podem significar alguma desregulação no sistema imunológico da criança. Infecções habituais podem trazer sérios riscos para as crianças com depressão do sistema imunológico.

Na pratica, crianças com uso frequente de antibióticos, com baixo ganho pondero-estatural, com internação previa necessitando de antibiotico endovenoso, com história de infecções graves, como meningite, sepse, pneumonias, ou com alergias graves, ficam sob o olhar mais atento de pediatras.

Algumas entidades internacionais publicam frequentemente estes sinais de alerta para imunodeficiências em crianças. Dentre estas entidades, a organização mundial sem fins lucrativos mais conhecida é a "Jeffrey Modell Foundation". Ela foi criada em 1987, pelos pais de Jeffrey, um menino que faleceu aos  15 anos, por complicações de uma imunodeficiência primária. Desde então, esta é uma fundação que se dedica a estimular o diagnóstico precoce de imunodeficiências, alem de participar da educação médica e fornecer suporte para famílias de pacientes.

Atualmente os 10 sinais de alerta , adaptados para o nosso meio, são :

1. Duas ou mais pneumonias no ano

2. Quatro ou mais otites por ano

3. Estomatites de repetição ou moniliase por mais de 2 meses

4. Abcessos de repetição ou ectima

5. Um episódio de infecção sistêmica grave ( meningite, osteoartrite, sepse)

6. Infecções intestinais de repetição, diarreia crônica

7. Asma grave, doença auto-imune ou doenças do colágeno 

8. Efeito adverso pela vacina BCG e/ou infecção por micobacterias

9. Fenótipo clínico sugestivo de síndrome associada a imunodeficiência 

10. Histórico de imunodeficiência na família

Pacientes com um ou mais destes sinais deverão ter o seu sistema imunológico investigado.

Outra preocupação muito comum dos pais é em relação à tosse: "...meu filho tem tosse frequentemente. Praticamente não o vejo sem tosse..."

Muitos trabalhos publicados na literatura médica compararam o tempo de duração de sintomas após infeções virais (como a tosse), com o tempo esperado pelos pais para a resolução destes sintomas.

A diferença entre os dois cenários é surpreendente. De maneira geral os pais consideram normal que a criança mantenha tosse por até 3 a 5 dias após um quadro viral, enquanto a literatura médica considera normal de 15 a 21 dias.

Essa é uma situação que ilustra bem a importância do acompanhamento pediátrico. Muitas vezes a simples orientação do pediatra é suficiente para tranquilizar os pais e as crianças

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