
FEBRE (autora: Dra. Mariana Granato)
Consideramos que a criança está com febre quando a temperatura corporal é maior ou igual a 37,8ËšC.
A maioria das mães e pais se preocupa com a febre da criança pelo receio de que a mesma possa apresentar uma convulsão.
Vale lembrar que a convulsão febril, que pode ocorrer entre 2 e 4% das crianças, sendo mais comum entre os 3 meses e os 5 anos de idade, está mais associada à velocidade que a temperatura sobe do que com o valor que a temperatura atinge.
Outro ponto importante a ser destacado é que a febre é um sintoma de algum processo infeccioso e devemos nos preocupar mais em estabelecer o que está causando este sintoma do que com a febre em si.
O fato de a temperatura estar elevada não implica em nenhum risco imediato para a criança, a não ser em situações extremas, com temperaturas acima de 41ËšC. Entretanto, a febre pode causar bastante mal estar e, por conta disso, orientamos o uso de anti-térmicos quando a temperatura ultrapassa 37,8ËšC. Se a criança não estiver incomodada pela elevação da temperatura, é possível aguardar um pouco e observar se a temperatura volta a se regularizar sem uso de medicação.
Nos processos infecciosos, a febre ocorre pois há uma alteração no chamado “set-point hipotalâmico”, ou seja, há um mecanismo mediado pelo cérebro que leva à elevação da temperatura. Nestas situações, a criança sente frio e fica com o corpo quente e as extremidades (mãos e pés) frias. O melhor tratamento nestas situações é agir neste mecanismo cerebral através do uso de anti-térmicos, como dipirona e paracetamol. As medidas físicas para remoção de calor (como banhos frios, compressas, etc), se usadas isoladamente, pioram o desconforto e não interferem no “set-point hipotalâmico”, que continuará alterado, fazendo com que a temperatura suba novamente. Entretanto, após o uso de um anti-térmico, quando a temperatura já começou a diminuir, podemos utilizar um banho morno ou compressa morna para “ajudar” na diminuição da temperatura e do mal estar.